Esse foi sem dúvida o café mais especial da minha vida. Ele tem uma mistura grande de sabor, amizade, descobertas e horizonte expandido.
Ali eu descobri o que é café e como ele possui cuidados necessários antes mesmo antes de chegar à nossa mesa: plantação, colheita, processamento, torrefação, empacotamento, comércio, moagem e preparo, ufa!
Soube que existem grãos que não encostam no chão antes da colheita, grãos que possuem tratamentos especiais, um dos mais clássicos é do pássaro que come o grão e depois defeca e quem já tomou fala que é muito bom! Você já experimentou?
Foi lá no Malerba que eu descobri a french press e o seu timer de 4 minutos. Cada cliente recebia um relógio junto na mesa e após passado os minutos, ele fazia a ação da pressão. Olhando hoje consigo enxergar quanto investimento foi feito para dar a melhor experiência para o cliente.
E era essa a essência da cafeteria: “A ideia é apresentar o mundo do café para pessoas que ainda não o conhecem” explicou lá em 2013 o proprietário, Marcelo Malerba.
E o Malerba Café foi o primeiro local que vi as pessoas cuidando do café e dando a atenção que ele precisa pra ficar saboroso e dar a cor puxada para um chá vermelho e claro.
Se antes eu já amava aquele café bem caseirinho que a mãe faz, sabe? No preparo tradicional das casas brasileiras, com grão mais que torrado e já queimado, água bem fervendo e muitas vezes com açúcar direto no bule, e era preparado com tanto carinho para o café da manhã ou pro jantar que reunia a família na mesa pra muitas vezes apreciar um pão com margarina, algo simples e que me emociona.
Depois dessa cafeteria, no interior de São Paulo, eu simplesmente me apaixonei pelo processo e pelo cuidado que devemos ter com a bebida mais apreciada do brasileiro e respeitada mundo a fora, sendo o item que puxou no começo do século passado a nossa busca de ser grande força econômica de exportar grãos.
Infelizmente, a única foto que eu tenho de lá é essa acima, um café um pouco mais enfeitado com chantilly. Mas me lembro da french press, do pão de queijo e dos cookies. Todos saborosos e super bem cuidados, com uma parede pintada de preto e o cardápio de cafés especiais escritas à giz ou caneta, não recordo. Um espaço com umas 8 mesas e o balcão e todo o preparo por trás
Hoje, a saudade que fica do Malerba é grandiosa. Pois, ele fechou durante a pandemia. Mas garanto que em seus 13 anos recebendo visitas de apreciadores de café, promovendo eventos e cursos, nós amantes de café agradecemos o grande pontapé. E se um dia ele voltar, garanto minha ida na reinauguração.
Viver algo que já se foi é uma sensação agridoce, onde sentimentos de amor e saudade se misturam com a necessidade de seguir em frente.
Em 2021, quando eu e Vini passamos novamente pelo local, sentimos uma tristeza momentânea, mas não deixamos que ela nos abalasse. Continuamos promovendo o café, os lugares e as experiências que vivemos e ainda iremos viver.
Essa história começou por causa dessa junção de passado com o futuro, aqui no presente. As sensações, os momentos vividos com a família e amigos, a descoberta e a reinvenção - tudo isso é gratificante e mostra o poder que o café tem de transformar nossas vidas.
Sejam muito, mas muito bem vindos cafézinhos, espero que tenham gostado deste primeiro post e, caso estejam lendo no e-mail, sintam-se à vontade para me responder - ficarei feliz em receber sua mensagem.
Além disso, no link abaixo, eu indico outras cafeterias que visitei e aproveito para convidá-los a favoritarem novos locais em suas caminhadas. Que sua jornada seja linda e cheia de novas experiências, acompanhadas de um bom café e, quem sabe, de uma boa leitura, companhia ou momentos a sós.
Indicação de café
Recentemente comprei o café Forquilha do Rio com notas de frutas vermelhas, açúcar mascavo e guaraná. Produzido em Espera Feliz - MG. Você pode comprar no site do Clube Barista, clicando aqui. Escolha entre grãos ou já moído, informando para a loja.
Indicação de Música
A primeira música que compartilho com você é Infinita Highway da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii. Escolho por conta da minha proximidade com o Vini, nossas histórias e a forma que buscamos viver.
“Nós só precisamos ir, não queremos o que não temos. Nós só queremos viver, sem motivos e nem objetivos. Nós estamos vivos e é tudo, é sobretudo a lei”.
E você pode acompanhar e seguir a Playlist Cafézin no Spotify clicando aqui e é lá que adiciono novas músicas conforme vou curtindo ou lembrando :)